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Entrevista: prefeito de Encantado (RS) fala de destruição após chuvas

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Gabriel Brum - Repórter da Rádio Nacional
09/09/2023 - 15:36
Brasília

Quase um quinto da população de Encantado, no Rio Grande do Sul, está fora de casa depois das chuvas intensas e da inundação do rio Taquari, causadas pelo ciclone que atingiu o Sul do país no dia 4 de setembro. Todas as casas ficaram sem energia elétrica e água potável. Foram três dias sem sinal de internet ou celular.

O município fica a aproximadamente 150 quilômetros de Porto Alegre e tem 23 mil habitantes. O prefeito Jonas Calvi conversou com a Rádio Nacional, falou sobre a destruição causada pelo fenômeno e deu detalhes dos trabalhos de recuperação.

Gabriel Brum (Rádio Nacional): Prefeito, como está a situação da cidade nesse momento?

Jonas Calvi (prefeito de Encantado): Bom, hoje nós estamos bem melhor do que ontem, né? Porque a gente começa a avaliar melhor os acontecimentos. Cada dia que vai amanhecendo a gente vai tendo a real situação de todos os acontecimentos. E a cada momento vem uma situação nova, uma outra situação que a gente precisa atacar também. Encantado, graças a Deus, é uma cidade que conseguimos mais rápido ter a retomada da energia, das Comunicações, né? Nós passamos aí dois dias, quase três dias incomunicáveis, sem sinal de internet, sem sinal de celular e isso acabou dificultando muito as nossas ações.

Encantado é uma cidade em que já ocorreram em outros momentos enchentes e a enchente eleva o rio, nós temos o rio Taquari. Ela eleva o rio Taquari, tem uma certa correnteza e assim vai passando, né? Tem algumas casas que são inundadas, mas esse episódio, esse fenômeno que aconteceu não é uma enchente, isso aqui foi um desastre, porque ele varreu praticamente todas essas localidades. Então, nesse momento a gente continua, né? Passamos as fases de no primeiro momento tirar as pessoas das residências, acomodar as pessoas, a alimentação, que recebemos muitos donativos, e agora é a fase de limpar as ruas, continuamos limpando ruas, limpando as casas.

Encantado está servindo de base. Nós estamos aqui com Secretaria de Segurança do Estado do Rio Grande do Sul, Defesa Nacional, Defesa Civil do Estado, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Defensoria Pública, atuando aqui dentro do Centro Administrativo Municipal de Encantado, dando suporte para as cidades de Muçum e de Roca Sales também.  

Para vocês terem uma ideia, hoje de manhã, só na parte da manhã, nós já deslocamos de Encantado voluntários que vieram de vários outros estados, cidades do Rio Grande do Sul. Vieram até Encantado, montamos o cadastro e conduzimos eles até Roca e Muçum, porque não tem acesso. O acesso tá obstruído em muitos pontos para chegar em Roca Sales e para chegar em Muçum, que são as nossas cidades vizinhas e também foram afetadas

GB: Em termos de infraestrutura, qual foi o impacto da água nas moradias e no comércio.

JC: Ah, 100%. Energia elétrica e água, 100% do município foram atingidos. Não teve uma residência do município de Encantado, mesmo as não foram atingidas pela pela essa catástrofe foram impactadas pela falta de energia e pela falta de água. Ainda, nós estamos aqui no centro administrativo municipal, que é no centro da cidade, a água retorna, falha um pouco e vai voltando. A energia elétrica, nós temos em Encantado em torno de 70%, 80% praticamente era estabelecida, né? Essa é a nossa condição atual.  

GB: Quantas pessoas na cidade tiveram que sair de casa e que estão abrigadas hoje?

JC: Em torno de 4.500 pessoas.

Ouça a entrevista completa no player no topo da página.

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