Tirando o mês de julho, agosto de 2023 foi o mês mais quente da história. Isso faz do período entre junho e o mês passado o de maior calor já registrado, de acordo com dados divulgados nesta semana pelo Programa Espacial da União Europeia.
A temperatura global média nesse período foi de 16,7 graus Celsius em todo o planeta, 0,6 grau a mais em relação à média aproximada das últimas três décadas. O recorde anterior foi registrado em 2019, e havia sido de 0,3 grau superior à média. Ou seja, este ano, o recorde foi batido com o dobro da diferença de temperatura.
O programa espacial europeu também chamou a atenção para a quebra de recordes de temperatura na superfície dos oceanos. E nas regiões mais frias do planeta, os satélites registraram de longe a menor cobertura de gelo marinho da Antártica, 12% abaixo da média. No Ártico, a situação não é diferente, mas pelo menos não é um recorde histórico. Por lá, o gelo marinho está 10% abaixo da média.
Segundo o Programa Espacial da União Europeia, pode haver relação de todo esse calor com chuvas acima da média histórica, que estão ocorrendo no oeste da Europa, e com as inundações recentes provocadas pelo furacão Hillary na América do Norte e fortes tempestades em países como Chile e aqui no Brasil. A região sul, por exemplo, registou o quarto ciclone este ano.
Por outro lado, esse desequilíbrio climático também favoreceu a estiagem, o tempo seco e queimadas nos últimos três meses em grandes regiões dos Estados Unidos, na Grécia, por exemplo, e também aqui na América do Sul.