Quarenta e nove trabalhadores foram encontrados em situação degradante de trabalho em áreas de garimpo de ouro e cobre, no município de Ourilândia do Norte, sudeste do Pará. Agentes da Polícia Federal, em parceria com Ministério Público do Trabalho, identificaram trabalho escravo contemporâneo, extração ilegal de minérios e crimes ambientais.
Ao todo foram fiscalizados sete alvos, em três deles a situação era semelhante: trabalhadores estavam abrigados em barracos de lona, cobertos com palha, chão batido, sem paredes ou qualquer proteção contra o tempo ou animais peçonhentos. As necessidades higiênicas eram feitas no mato, e a água utilizada para consumo e banho vinha de um córrego que recebia resíduos de mercúrio. Não havia material de proteção, prestação de primeiros socorros, e eles recebiam 3% do que conseguiam extrair.
A operação de resgate aconteceu na semana passada. Durante a operação foram fechados cinco garimpos de ouro e cinco de cobre, e o dono de um deles foi preso em flagrante. O material ficou apreendido e os trabalhadores encaminhados para atendimento de assistência social e de saúde, pela prefeitura de Ourilândia do Norte.
Esta é a segunda operação da PF no local, na qual se verificou que o município de Ourilândia do Norte teve o sistema de abastecimento de água comprometido em razão da poluição do rio Águas Claras. Desde o início do ano de 2019, a fazenda alvo da operação estava sendo explorada ilegalmente por garimpeiros. Uma das áreas de atividade ilegal estava a pouco mais de um 1 quilômetro da Terra Indígena Kayapó.