A quantidade de botos e tucuxis mortos no Lago Tefé, no médio Rio Solimões, interior do Amazonas, continua a crescer e chega a 153 carcaças de animais encontradas em menos de um mês. A informação é do ICMBio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que está com uma equipe no local de quase 100 pessoas, composta por servidores, pesquisadores e apoio de dezenas de instituições.
De todas as variáveis ambientais, a temperatura da água do lago é a única que tem apresentado alterações significativas e pode estar ligada a morte dos golfinhos, conforme explica Bianca Tizianel, analista ambiental e comandante da operação do ICMBio.
Um trecho do lago está em situação crítica devido ao elevado aquecimento da água. Em um único dia, 70 golfinhos morreram, quando a temperatura da água chegou a 39,1 ºC, quando o normal é 30ºC. Mesmo assim, os botos e os tucuxis continuam indo até esse local no lago porque lá fica a principal fonte de alimentação. Essa área está sendo isolada com estacas de madeira, para conduzir os animais para áreas mais profundas e menos quentes.
Mais de 100 animais tiveram amostras de tecidos e órgãos enviados para análise laboratorial, segundo Bianca Tizianel, comandante da operação.
A operação de emergência também monitora os grupos de golfinhos no lago. Caso algum apresente sinais de anormalidade é encaminhado para uma estação de reabilitação no local.