Dois servidores da Abin, Agência Brasileira de Inteligência, foram presos nesta sexta-feira (20) pela Polícia Federal. A Operação Última Milha cumpriu os dois mandados de prisão em Brasília.
A ação investiga o uso irregular do sistema de geolocalização de celulares sem autorização judicial por servidores da Abin. Esse programa foi usado para invadir a infraestrutura crítica de telefonia brasileira. Segundo as investigações, a rede foi acessada ilegalmente várias vezes.
Os agentes da PF cumpriram também 25 mandados de busca e apreensão, em Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal.
Os policiais ainda apreenderam 170 mil dólares na casa de um dos alvos, um diretor da Abin que foi afastado do cargo.
As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal.
A Abin informou que colaborou desde o início das apurações. Segundo a agência, a Corregedoria-Geral do órgão terminou em fevereiro, deste ano, uma investigação sobre o uso do sistema de geolocalização e instaurou sindicância, em março, e vem repassando as informações para a PF e para o STF. Os servidores investigados foram afastados por precaução.
Segundo a agência, a ferramenta foi comprada em 2018 e deixou de ser utilizada em maio de 2021.
A Casa Civil, órgão ao qual a Abin está vinculada, disse que não comenta operações da Polícia Federal.
* Matéria atualizada no dia 21/10/2023 para adequação do título.