Banco do Brasil pede desculpas por seu papel na escravidão
O Banco do Brasil pediu desculpas ao povo negro pela participação da instituição, direta ou indiretamente, na escravidão no país. O banco público afirmou que trabalha para enfrentar o racismo estrutural.
O pedido veio da presidente do banco, Tarciana Medeiros, primeira mulher negra a estar à frente da instituição.
Ela ainda disse que o Banco do Brasil não se furta de encarar a real história das versões anteriores da empresa. Segundo Tarciana Medeiros, o banco busca metas concretas para combater a desigualdade étnico-racial e buscar por justiça social no âmbito de uma sociedade que guarda sequelas da escravidão.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito, neste mês, para apurar a responsabilidade da Banco do Brasil na escravidão.
Um estudo, realizado por 14 pesquisadores de universidade brasileiras e americanas, indica envolvimento do banco público no comércio de negros escravizados durante o século XIX. A pesquisa aponta que havia “vínculos diretos entre traficantes e o capital diretamente investido em ações do Banco do Brasil”.
O Banco do Brasil foi criado em 1808 e refundado em 1853, e, para os pesquisadores, cumpria o papel singular na sustentação da economia mercantil escravista.