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São Francisco: pesquisadores vão criar indicadores de sustentabilidade

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Josafá Neto - Repórter da Rádio UFS
09/11/2023 - 10:40
Aracaju

A água salobra às margens da Ilha da Teresa, distante a cerca de 15 quilômetros da foz do Rio São Francisco, no município de Brejo Grande, no Norte de Sergipe, é apenas um dos sinais das mudanças no ecossistema da região ribeirinha.

Além dos impactos vistos a olho nu na fauna e na flora, os efeitos sociais e econômicos diante do avanço do mar emergem a cada relato de quem vive da riqueza natural do Velho Chico, principalmente da pesca artesanal.

Elaborar indicadores ambientais e socioeconômicos para melhorar a gestão de recursos hídricos na região da foz é o objetivo de um grupo de 20 pesquisadores que começou a percorrer as águas do São Francisco no final do mês de outubro.

Com a elaboração dos indicadores de sustentabilidade sobre a foz do Velho Chico, a equipe pretende desenvolver uma plataforma online de monitoramento das cadeias produtivas e dos recursos naturais do Baixo São Francisco.

Coordenado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o trabalho também envolve pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) e Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF).

Nos próximos três anos, as coletas serão feitas, pelo menos, duas vezes ao ano, nos períodos de chuva e de seca.

Os indicadores ambientais estão sendo elaborados a partir da análise de parâmetros físico-químicos da água e do solo; da avaliação das concentrações de pesticidas, metais pesados e contaminantes biológicos no pescado; e da distribuição de espécies de peixes, moluscos e crustáceos ao longo do estuário.

Já os indicadores socioeconômicos são voltados para as cadeias mais impactadas pelo avanço do mar na região: a pesca artesanal e a rizicultura, diante do processo de substituição do cultivo de arroz pela carcinicultura, que é a criação de camarão.

Esta etapa da pesquisa também conta com a participação direta das comunidades ribeirinhas, desde a aplicação de questionários à realização de oficinas, a fim de compreender, sobretudo, as transformações na cadeia produtiva do pescado ao longo do tempo.

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