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Justiça

"Braga Netto comentou que agro deu dinheiro para golpe", diz Mauro Cid

Recurso seria usado para suporte, transporte, alimentação e celulares
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Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional
21/02/2025 - 15:45
Brasília
Brasília (DF) 20/02/2025 - Cid diz que juiz do TSE ajudou a espionar Alexandre de Moraes
A confirmação está em um dos vídeos da delação
Frame STF/Divulgação
© Frame STF/Divulgação

Empresários do agronegócio teriam doado dinheiro para plano de golpe de Estado e mantinham manifestantes antidemocráticos em Brasília, afirmou o tenente-coronel Mauro Cid em delação premiada. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos vídeos das audiências com o militar.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro contou, no início de novembro de 2022, que recebeu um pedido de ajuda de militares das Forças Especiais para financiar ações clandestinas que ocorreriam no fim daquele ano.

Cid disse que o recurso seria para gastos de suporte, como transporte, alimentação e compra de celulares. Segundo a investigação, essa operação queria “gerar caos” para evitar que o novo presidente eleito assumisse.

Cid foi orientado, primeiro, a procurar o PL, mas que um dirigente do partido teria negado o pedido. Depois, recebeu o dinheiro que tinha sido arrecadado por Braga Netto.

O general Braga Netto entregou e ele comentou que era alguém do agro que tinha dado. Mas eu não tenho, eu não sei o nome de quem foi que passou para ele o dinheiro. A gente sabia que o pessoal do agro estava sempre ali, trazendo manifestante e tudo.

Segundo a delação, o dinheiro foi entregue depois a um membro das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins de Oliveira, com quem Cid mantinha contato sobre o plano. Mauro Cid, no entanto, diz que não sabia do que se tratava a operação em planejamento.

A delação de Mauro Cid serviu de base para denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Os advogados de Braga Netto afirmaram que a denúncia é “fantasiosa”, que a investigação teve várias ilegalidades, e que confia que o STF irá corrigi-las.

Nós pedimos uma posição da defesa de Rafael Martins, mas ainda não recebemos resposta.

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