O deputado estadual da Bahia, Binho Galinha, do Patriota, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a atuação de milícias na região de Feira de Santana. Ele é acusado de liderar o grupo, que contava também com a participação de policiais militares. Todos foram denunciados pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro, agiotagem, receptação qualificada e jogo do bicho.
Foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão, inclusive na casa e nas fazendas do deputado. Seis pessoas foram presas no âmbito dessa operação chamada de El Patron.
A Justiça determinou, ainda, o bloqueio de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de dez fazendas, nove casas, dois apartamentos, além de terrenos e uma sala comercial, num total de 26 imóveis. Houve ainda a suspensão das atividades econômicas de seis empresas e o pedido de pagamento de multas que ultrapassam os R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
As investigações mostraram que os três policiais militares denunciados eram o braço armado da organização. E os responsáveis por fazer cobranças vindas de jogo e de empréstimos feitos a juros excessivos. Para isso, usavam de ameaça e violência. A Receita Federal chegou a encontrar inconsistências e uma movimentação financeira incompatível com a renda.
A Operação desta quinta-feira (7) contou com a participação de 200 policiais federais e estaduais, além de auditores-fiscais da Receita Federal e analistas tributários.
Se condenados, os investigados estarão sujeitos a penas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão. No caso do deputado estadual Binho Galinha, a reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.
