Como racismo ambiental explica impacto das chuvas sobre a população?

Tema ganhou destaque após enchentes que afetaram cidades do RJ

Publicado em 17/01/2024 - 13:03 Por Priscila Thereso - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O termo racismo ambiental ganhou destaque nos últimos dias, com as enchentes que afetaram diversas cidades no Rio de Janeiro, no fim de semana. 

A expressão está sendo usada para explicar o impacto desigual das fortes chuvas sobre a população.  

Existente desde a década de 1980, o conceito racismo ambiental é "usado para ilustrar como a degradação e catástrofes ambientais, a exemplo de enchentes, secas, contaminação, impactam de forma mais severa as populações das periferias". 

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, esclareceu nas redes sociais que “não significa dizer que apenas pessoas desses grupos são afetadas pelos eventos climáticos, mas que as pessoas a que a esses grupos pertencem são as mais afetadas, por razões sociais, pelos eventos ambientais”. 

O codiretor-executivo do Observatório da Branquitude, Thales Vieira, avalia que o que aconteceu no Rio de Janeiro é uma tragédia anunciada, ou seja, prevista para esta época do ano e, mesmo assim, medidas efetivas não são tomadas. Segundo ele, não é coincidência que as populações mais vulneráveis são as mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas. 

“São as populações mais vulnerabilizadas, sobretudo as populações racializadas, são as que mais sofrem com isso, não é uma grande coincidência. Se você for olhar para a Baixada Fluminense, o saneamento básico é uma moeda de troca política. Então você vai manipulando o saneamento básico daquelas regiões, que já são mais pobres, são quase integralmente negras as regiões da Baixada Fluminense, principalmente no Rio de Janeiro.  E você tem um saneamento básico como uma moeda de troca. Você vê que essas coisas estão interligadas, por isso que a gente fala que o racismo ambiental é produto de uma intenção efetiva. Na prática, essa população é deixada para morrer.” 

Thales Vieira diz que para mudar essa situação é preciso garantir acesso ao saneamento básico e fazer obras para o escoamento efetivo de água, em regiões de alagamento.

 Os temporais no Rio de Janeiro causaram 12 mortes, duas pessoas estão desaparecidas, há mais de 12 mil desalojados, 300 pessoas desabrigadas, além de ruas alagadas e casas destruídas.

* Com informações da Agência Brasil.

Edição: Sâmia Mendes/ Renata Batista

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