Depois da prisão de três militares acusados de tentativa de golpe de estado, o Exército informou, por meio de nota, que somente vai tomar providências internas – como a investigação e punição de envolvidos - “quando necessárias” – ou seja, após uma decisão jurídica, do Supremo Tribunal Federal.
Na semana passada, a Operação Tempus Veritatis cumpriu quatro mandados de prisão, sendo três de militares: os coronéis Marcelo Câmara e Bernardo Romão Netto e o major Rafael Martins. Pelo menos outros 13 militares foram alvo de busca e apreensão. Entre eles, o ex-chefe do GSI, general Augusto Heleno, o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto, e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
Todos são investigados por formarem uma suposta organização criminosa para atuar na tentativa de golpe de Estado. A operação foi batizada de Tempus Veritatis ou Hora da Verdade, e foi deflagrada a partir do acordo de colaboração premiada do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Entre outros pontos, as investigações apontaram que o grupo formulou uma minuta, com a participação de Bolsonaro, que previa uma série de medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte.
Esse grupo também promoveu reuniões para impulsionar a divulgação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro e monitorou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável por autorizar a operação.