O Pantanal registrou até esse domingo mais de três mil focos de incêndio. Foram 3.262 em comparação com os 146 registrados no mesmo período do ano passado. Aumento de mais de 2.100%, segundo o Programa Queimadas, do INPE, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E são as queimadas no Pantanal que fazem o Brasil liderar o ranking de focos de incêndio na América do Sul. Até o momento, são cerca de 33 mil focos. Em segundo lugar, aparece a Colômbia, com 12 mil, e o Paraguai, com sete mil.
Além do maior volume de queimadas, chama a atenção a antecipação do problema, que nos anos anteriores só foi intensificado a partir de agosto. O Pantanal é a maior área úmida contínua do planeta, e os efeitos de agravamento do fenômeno El Niño na mudança do clima já vem sendo percebidos no volume dos rios que atravessam o bioma. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai.
No início do mês, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para ações preventivas e de controle de incêndios e secas. Nesse mesmo dia, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, informou que a situação mais crítica afetava a região do município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Segundo os dados do Programa Queimadas, na região, já são registrados 2.141 focos de incêndio.
Agostinho ressaltou que o Ibama contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar na região. E segundo a Ascema Nacional, que é a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, a greve da categoria, que começou nesta segunda-feira (24), não vai afetar o combate ao fogo, por se tratar de uma atividade essencial.
