Polícia Civil vistoria fábrica que pegou fogo no Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza perícia, nesta quinta-feira (13), na fábrica de fantasias que pegou fogo, na zona norte da cidade. Os agentes terão apoio de representantes da concessionária de energia elétrica para analisar se houve furto de energia. A investigação está em andamento pela delegacia de Bonsucesso.
A defesa civil do município do Rio interditou totalmente o prédio principal da Maximus Confecções e o prédio anexo. As equipes verificaram que o fogo causou dano à estrutura do prédio anexo e que há risco de desabamento.
O prédio vizinho à fábrica não corre risco. No entanto, a área de serviço do térreo foi isolada por medida de segurança. No local, os técnicos verificaram que há rachaduras nas paredes do segundo e terceiro pavimentos, atingidos pelo calor do fogo.
O Corpo de Bombeiros informou que o prédio não tinha o certificado de aprovação da corporação. Esse documento é o que comprova que a legislação estadual anti-incêndio está sendo cumprida.
O Ministério Público do Trabalho instaurou inquérito civil para apurar as condições de trabalho na fábrica, e se havia situação degradante no local, conforme denúncias de testemunhas.
Feridos começam a ter alta
As 21 pessoas feridas no incêndio foram encaminhadas a diferentes unidades de saúde.
No Hospital Estadual Getúlio Vargas, oito vítimas seguem internadas em estado grave; e outras duas pessoas receberam alta. Todos os pacientes deram entrada com queimaduras nas vias aéreas após inalação de fumaça tóxica.
Das oito vítimas encaminhadas à rede municipal de saúde, três permanecem internadas. Uma em estado grave e duas com quadro estável. Outras quatro receberam alta e uma pessoa saiu à revelia do Hospital Municipal Salgado Filho.
No Hospital Federal de Bonsucesso, uma vítima recebeu alta nesta manhã e a outra segue em observação.
Escolas de samba prejudicadas
A confecção Maximus produzia fantasias para várias escolas da Série Ouro, que é o grupo de acesso das escolas de samba do Rio de Janeiro. Algumas delas tiveram perda significativa de suas fantasias, como a Império Serrano, a Unidos da Ponte e a Unidos de Bangu.
Nessa quarta-feira, aconteceu uma plenária da Liga RJ, com a presença de representantes de todas as escolas de samba da Série Ouro, e foi decidido, por unanimidade, que as três agremiações impactadas não serão julgadas no Carnaval de 2025 e desfilarão como hors-concours, sem possibilidade de rebaixamento ou ascensão ao Grupo Especial.
O governador do Rio, Claudio Castro, anunciou aumento do repasse de R$ 10 milhões para R$ 16 milhões para as escolas de samba da Série Ouro, inclusive as atingidas pelo incêndio.
O jornalista, pesquisador e especialista em carnaval, Fábio Fabato, ressaltou, em entrevista à TV Brasil, a importância de valorizar os trabalhadores do maior espetáculo da Terra. “A principal questão de base a ser logo solucionada é a segurança dos trabalhadores da festa, que muitas vezes atuam em condições análogas a de escravidão”.
Os horários e dias de apresentação de todas as escolas permanecem inalterados conforme a programação oficial. As demais 13 escolas de samba serão julgadas normalmente, com a campeã garantindo acesso ao Grupo Especial no Carnaval de 2026, enquanto as duas últimas colocadas serão rebaixadas para a Série Prata.
