Pelo segundo dia consecutivo, milhares de cubanos se despedem hoje (29) de Fidel Castro. O líder revolucionário morreu na semana passada, aos 90 anos. Suas cinzas foram levadas ao Memorial José Martí, que abriu suas portas ao público nessa segunda-feira (28).
As pessoas enfrentaram horas de fila para homenagear Fidel e assinar um juramento prometendo dar continuidade aos seus ideais e ao socialismo no país. Fideral entrou para a história há 57 anos, quando liberou uma revolução contra a ditadura de Fulgêncio Batista e desafiou os Estados Unidos, instalando o Partido Comunista no poder.
Fidel governou Cuba até renunciar à Presidência, em 2008, a favor do irmão Raúl Castro. A pequena ilha, que fica a menos de 150 quilômetros da costa norte-americana, resisitu a pressões políticas e ao boicote econômico até hoje.
O presidente Raúl Castro decretou nove dias de luto. A cerimônia de despedida em Havana termina hoje à noite com um grande ato público na Praça da Revolução. Amanhã (30), os restos mortais de Fidel serão levados por uma caranava que vai percorrer o país durante dias até o funeral de estado no domingo (4).
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não irá ao enterro. A política dele de reaproximação com Cuba está sendo questionada por seu sucessor, Donald Trump, que assume em 20 de janeiro. Trump ameaçou revogar o acordo negociado há dois anos por Obama e Raúl Castro para acabar com mais de meio século de guerra fria.
Na campanha eleitoral, Trump prometeu exercer pressão sobre Cuba para acelerar uma abertura ecônomica e política no páis. Para os dissidentes cubanos, Fidel era um ditador que não tolerava qualquer oposição, e Raúl Castro representa a continuidade do regime.
As Damas de Branco, que há 13 anos protestam contra o governo em Cuba, cancelaram a manifestação semanal para evitar tensões, mas convocaram uma manifestação na quarta-feira (30), em Miami, onde vive uma grande comunidade cubana.
Aqui em Buenos Aires, muitos fizeram fila em frente à embaixada cubana, para prestar homenagem a Fidel, o homem que, junto com o revolucionário argentino Ernesto Che Gueavara, colocou Cuba no mapa e inspira uma geração de jovens na América Latina.