A oposição venezuelana voltou às ruas nesta quinta-feira (04), dessa vez para protestar contra a Assembleia Nacional constituinte, convocada pelo presidente Nicolas Maduro.
Essa é a quinta semana consecutiva de manifestações, que deixaram um saldo de mais de 30 mortos. Os opositores culpam Maduro pela inflação e pelo desabastecimento e pedem a antecipação das eleições presidenciais de 2018, além da liberação de líderes políticos presos, entre eles, Leopoldo Lopez.
O governo divulgou uma mensagem de Lopez à familia, gravada na quarta-feira (03), para mostrar que ele está bem de saúde. A mulher do líder oposicionista, Lilian Tintori, faz campanha dentro e fora da Venezuela pela libertação do marido.
O vídeo foi divulgado depois que surgiram rumores de que Lopez teria sido hospitalizado.
Na mesma quarta-feira (03), Maduro apresentou ao conselho eleitoral um decreto que convoca uma Assembleia Nacional Constituinte nas próximas semanas. Para a oposição, a constituinte não passa de um golpe de Maduro para continuar adiando as eleições estaduais, que deveriam ter sido realizadas no ano passado, e também para destituir o parlamento, que os opositores controlam desde 2017.
A comunidade internacional tem manifestado a sua preocupação com a escalada da violência na Venezuela e a possível ruptura da ordem democrática. Maduro reagiu às pressões anunciando que o país deixaria a OEA - a organização que representa todos os 35 estados americanos.
Nessa quinta-feira (04), o presidente do parlamento venezuelano, Julio Borges, apresentou à OEA um documento aprovado pela maioria legislativa para anular a decisão de Maduro. Ele disse que a saída da Venezuela da organização é ilegítima.