Ao cancelar acordo com Paraguai, Brasil relembra compromissos assumidos pelos países do Mercosul
Itaipu Binacional
Publicado em 01/08/2019 - 22:47 Por Kariane Costa - Brasília
O Brasil e o Paraguai cancelaram a ata do acordo para a compra de energia elétrica produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Após os protestos dos últimos dias, nas ruas de Assunção, o governo paraguaio decidiu suspender o acordo com o Brasil sobre a compra de energia de Itaipu.
Com a repercussão do caso, o chanceler Luis Castiglioni, o embaixador paraguaio no Brasil, Hugo Caballero, o presidente paraguaio de Itaipu e outros dois funcionários de alto escalão renunciaram aos cargos.
A crise política no país vizinho aumentou a pressão sobre o presidente Mario Benítez, que corre o risco de sofrer um processo de impeachment.
A polêmica no Paraguai começou em maio, quando os governos brasileiro e paraguaio assinaram uma ata que, na prática, faria o Paraguai pagar mais caro pela energia de Itaipu.
A oposição paraguaia acusou o governo de Benítez de fechar o acordo sem discussão e de forma pouco transparente.
Autoridades e congressistas afirmaram que o texto negociado é prejudicial ao Paraguai e que poderia causar prejuízo de até 300 milhões de dólares aos paraguaios.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que acompanha com grande atenção os desdobramentos da crise política no país vizinho.
No comunicado, o Itamaraty diz que confia que o processo será conduzido sem quebra da ordem democrática, e que haja respeito aos compromissos assumidos pelo Paraguai no âmbito da cláusula democrática do Mercosul - Protocolo de Ushuaia.
A nota também informa que o Brasil espera que o acordo com a Itaipu avance.