Chile adia para outubro plebiscito sobre Constituição; Bolívia também alterou calendário eleitoral
Chile adia plebiscito para mudar a Constituição. O país decidiu postegar a votação por causa da covid-19.
A Câmara dos Deputados do Chile aprovou, por 109 votos a favor, um contra e uma abstenção, o adiamento do plebiscito para alterar a atual Constituição do país, vigente desde a ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet. A votação, que estava marcada para o dia 26 de abril, passou para o dia 25 de outubro deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus.
Há uma semana, o presidente chileno, Sebastián Piñera, declarou estado de catástrofe por 90 dias devido ao aumento dos casos da doença. A medida concede ao governo poderes para restringir a liberdade de movimento e garantir o fornecimento de alimentos e serviços básicos. O Chile tem hoje 922 casos confirmados de contaminação e duas mortes.
A reforma da Carta Magna chilena é uma das principais reivindicações dos manifestantes que têm feito protestos desde outubro do ano passado reivindicando um sistema mais inclusivo, que garanta melhores condições de vida.
Os movimentos sociais veem essa possível reforma como uma oportunidade para realizar a primeira Assembleia Constituinte na história do país. Nenhuma das dez constituições chilenas até hoje foi redigida por meio de um processo democrático.
A mudança na data do plebiscito também alterou o resto do calendário eleitoral. As eleições municipais, que estavam marcadas para acontecer em outubro, foram reagendadas para abril de 2021, para não coincidir com a votação.
E a Bolívia também alterou seu calendário eleitoral devido à pandemia. As eleições presidenciais, previstas para o dia 3 de maio, foram adiadas por tempo indeterminado. A Bolívia tem, hoje, 32 casos confirmados de contaminação e nenhuma morte.
Na Argentina, na cidade de Rio Cuarto, o prefeito também decidiu suspender as eleições municipais convocadas para o dia 29 de março, para evitar a propagação do novo coronavírus.
Já na República Dominicana, o governo decidiu manter as eleições legislativas e presidenciais do próximo dia 17 de maio. A Junta Central Eleitoral confirmou que mais de 82 mil e 500 funcionários trabalharão no pleito.
O ministro da Saúde, Rafael Sánchez, afirmou que a votação poderá, sim, ser realizada. A República Dominicana tem 312 casos confirmados de covid-19 e seis mortes.