A América do Sul se transformou em novo epicentro da pandemia do novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde destacou a situação do Brasil em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira.
Michael Ryan, diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, afirmou que o Brasil é o mais afetado da região.
"A América do Sul se transformou em um novo epicentro para a doença. Vimos muitos países com números crescentes de casos e claramente há uma preocupação com muitos desses países. Mas o mais afetado é o Brasil".
O Brasil é o país sul-americano com maior número de casos e de mortes pela Covid-19. O país superou nessa sexta-feira, a marca de 330 mil casos confirmados e 21 mil mortes. A OMS se declarou preocupada principalmente com o estado do Amazonas, que teria 490 infectados por 100 mil habitantes.
Se compararmos os números da doença em proporção à população no continente, além do Brasil, o Equador e o Peru estão na liderança. O Brasil e o Peru têm nove mortos para cada 100 mil habitantes, e o Equador tem 17.
Já outros países tem números bem menores. A Argentina, Uruguai e o Paraguai têm menos de um óbito para cada 100 mil habitantes, e o Chile, tem três.
O diretor da OMS também comentou sobre as evidências clínicas e as pesquisas, que não indicam o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19.
"Observamos que o governo do Brasil aprovou o uso da hidroxi-cloroquina para uso amplo. Mas apontamos para o fato de que nossas revisões atuais, clínicas e sistemáticas, realizadas pela Organização Pan-americana de Saúde e as atuais evidências clínicas vinculadas, não apoiam o uso amplo da hidroxi-cloroquina para o tratamento da Covid-19, não até que as pesquisas sejam concluídas e tenham resultados claros"
Nessa semana, o Ministério da Saúde publicou uma nova orientação para o uso da cloroquina, indicando o medicamento inclusive para a fase inicial de sintomas da doença. A norma, entretanto, garante ao médico a indicação, e é preciso ainda a autorização de uso dos pacientes.