Presidente tem acordo com modernização do Mercosul
Em visita ao Uruguai, para encerrar a primeira viagem internacional do atual mandato, o presidente Luís Inácio Lula da Silva se disse “totalmente de acordo” em modernizar o Mercado Comum do Sul (Mercosul). O bloco econômico atualmente é composto pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
"Quero dizer para o presidente (Luis Lacalle Pou) que (sobre) a ideia de discutir a chamada renovação do Mercosul, estamos totalmente de acordo (...) o que precisamos fazer para modernizar o Mercosul? Queremos sentar à mesa primeiramente com nossos técnicos, depois com os nossos ministros e finalmente, com os nossos presidentes para que a gente possa renovar aquilo que for necessário renovar".
A declaração foi dada nesta quarta-feira (25), após o encontro bilateral de Lula com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, na capital Montevidéu. Como resposta a uma demanda de Lacalle Pou, Lula ainda defendeu acordos do Mercosul com a União Europeia e com a China.
"É urgente e necessário que o Mercosul faça o acordo com a União Europeia. E tenho dito aos meus ministros que nós vamos intensificar as discussões com a União Europeia e firmar este acordo. E que a gente possa discutir apenas um possível acordo China e Mercosul. E eu acho que é possível. Apesar do Brasil ter na China o seu maior parceiro comercial, e do Brasil ter um grande superávit com a China, nós queremos sentar enquanto Mercosul e discutir com os nossos amigos chineses um acordo Mercosul-China".
Sobre a geopolítica internacional, o presidente Lula disse esperar apoio do Uruguai na “briga por uma nova governança mundial”, com a participação de mais países no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para Lula, uma nova governança global deve prezar pelas questões políticas e climáticas.
"Quero brigar, presidente, por uma nova governança mundial. O mundo de hoje não é mais o mundo de 1945, quando se criou a (Organização das) Nações Unidas. A geopolítica é outra, as necessidades da humanidade são outras - sobretudo em se tratando da questão do clima. Eu espero contar com o Uruguai nessa briga por uma nova governança mundial, com mais países participando, com mais países no Conselho de Segurança da ONU e sem direito a veto. Aí a ONU será mais representativa (...) quem sabe não estaria havendo a guerra Rússia e Ucrânia se a ONU tivesse representatividade".
Em seu discurso, Lula mencionou que os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Kyoto, acordo mundial assinado em 1997, pela redução da emissão dos gases que causam o efeito estufa. Também lembrou que a União Europeia ainda não cumpriu a meta de ter 10% de etanol em todo o combustível usado no continente.
Ao presidente Luis Lacalle Pou, Lula se comprometeu a construir outra ponte binacional, entre Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e a cidade de Rio Branco, no Uruguai. E disse que vai avaliar com o Ministério de Portos e Aeroportos a viabilidade de tornar internacional o Aeroporto de Rivera, na fronteira do Uruguai, com a cidade de Santana do Livramento, no Brasil.
A comitiva do presidente Lula retorna nessa quarta-feira ao Brasil.