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Internacional

Na Celac, Lula propõe moção coletiva contra ações israelenses

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Sayonara Moreno - repórter da Rádio Nacional
01/03/2024 - 17:34
Brasília
01.03.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão Plenária da 8ª Cúpula da CELAC - Kingstown, São Vicente e Granadinas
Foto: Ricardo Stuckert / PR
© Ricardo Stuckert / PR

Em discurso a países latinos, o presidente Lula voltou a classificar como “genocídio” os ataques de Israel ao povo palestino, na Faixa de Gaza, e propôs uma moção coletiva contra as ações israelenses. E disse ser “chocante” o que ele chamou de “indiferença da comunidade internacional”.

"A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. A indiferença da comunidade internacional é chocante. Eu quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio", disse o presidente.

A declaração foi parte do discurso de Lula, durante a 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Celac, Comunidade dos Estados Latino- Americanos e Caribenhos, em São Vicente e Granadinas. O presidente brasileiro também fez um apelo ao Conselho de Segurança da ONU.

"O secretário-geral pode invocar o Artigo 99 da carta da ONU para levar à atenção do Conselho tema que ameaça a paz a e a segurança internacional. Faço um apelo ao governo japonês para que assuma a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda urgência. E também quero pedir aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lado suas diferenças e ponha fim a essa matança. A nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade",  suplicou Lula. 

Ao lembrar a crise humanitária em Gaza, Lula mencionou a situação vivida pela Ucrânia e pelo Haiti. O presidente também defendeu a união entre os países da Celac como forma de “influenciar os grandes debates da atualidade” e citou as 70 milhões de pessoas da região que ainda passam fome.

"Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento. Nossa proposta da aliança global contra à fome e à pobreza pode se beneficiar do plano de segurança alimentar e erradicação da pobreza da Celac. O desenvolvimento sustentável e a transição energética são uma urgência do nosso tempo e uma oportunidade para todos nós", concluiu Lula. 

Ainda durante o discurso, o presidente brasileiro voltou a defender “o fim do bloqueio a Cuba” e a soberania argentina nas Malvinas, como assuntos de interesse da região. Segundo ele, “todas as formas de sanções unilaterais, sem amparo no Direito Internacional, são contraproducentes” e prejudicam os mais pobres.

Durante a visita a São Vicente e Granadinas, Lula também participou de um encontro com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, junto com representantes do Chile e do México, para debaterem o conflito na Faixa de Gaza. Depois, Lula se reuniu com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

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