Israel se prepara para invadir Líbano por terra; mortos passam de mil
Depois de um fim de semana de bombardeios pesados no Líbano, Israel está prestes a lançar uma incursão terrestre no território do país vizinho.
Autoridades libanesas afirmam que um milhão de pessoas, cerca de um quinto da população, precisou sair de casa por causa dos ataques israelenses. Os mortos nas últimas duas semanas passam de mil.
Tanques israelenses se concentram no norte de Israel, na fronteira com o Líbano. E soldados continuam a ser enviados para a região.
Em Washington, o porta-voz da diplomacia americana, Matthew Miller, disse que Israel havia informado sobre operações terrestres limitadas, focadas na infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira.
Mais cedo, em visita ao norte do país, o ministro da defesa israelense Yoav Gallant, afirmou que a próxima fase da guerra iria começar em breve.
Os sistemas de defesa israelenses continuam a interceptar projéteis lançados pelo Hezbollah. Ao mesmo tempo, pesados bombardeios continuam a sacudir principalmente o sul do Líbano, reduto do grupo xiita.
Em um dos bombardeios de domingo, que deixaram ao menos cem mortos, Israel afirmou ter matado uma outra liderança do Hezbollah, Nabil Kaouk.
Nesta segunda-feira (30), pela primeira vez foi bombardeada a região central de Beirute. O ataque a um prédio residencial matou três líderes da Frente Popular para a Libertação da Palestina, um dos grupos que luta contra Israel.
Uma multidão acompanhou o funeral dos militantes na cidade de Trípoli.
Também hoje, o Hamas confirmou que um ataque de Israel na cidade de Tiro matou o líder do grupo no Líbano, Fateh Sherif Abu El-Amin, junto com a esposa e dois filhos.
Hoje, o porta-voz militar do grupo afirmou que cinco pessoas morreram e 57 ficaram feridas. E que as operações militares contra Israel serão intensificadas.
O vice-secretário-geral do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, afirmou que um novo líder será nomeado na primeira oportunidade e que as forças de resistência estão prontas para o confronto terrestre com as tropas israelenses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dessa vez se dirigindo à população iraniana, disse que o inimigo era o regime dos ayatolás. E repetiu que não há lugar no oriente médio fora do alcance de Israel.
Já o porta-voz do ministério das relações exteriores iraniano, Nasser Kanaani, disse que o país não tem medo de uma guerra, que buscava desescalar a situação, mas que Israel não ficaria impune pelas mortes de lideranças apoiadas por Teerã.
Enquanto isso, a população libanesa continua a sofrer. A agência de refugiados das Nações Unidas informou que cem mil pessoas fugiram para a síria e que, ao todo, o Líbano já conta com um milhão de deslocados, um quinto da população.