MPF denuncia jornalista Glenn Greenwald e mais seis por invasão de celulares
O Ministério Público Federal denunciou o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, e outras seis pessoas por suposto envolvimento na invasão de celulares de autoridades.
A denúncia foi apresentada nesta terça-feira (21) à Justiça Federal. O caso faz parte da Operação Spoofing. São apontados indícios dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptação telefônica ilegal.
Segundo a denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, Greenwald teria auxiliado, orientado e incentivado as atividades criminosas do grupo e destacou que respeitou a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, que, em agosto do ano passado, determinou que Greenwald não fosse investigado, a pedido do partido Rede Sustentabilidade.
O procurador, no entanto, resolveu denunciar o jornalista depois que, em um áudio encontrado em um computador na casa de um dos hackers invasores de celulares de autoridades, Greenwald teria orientado a destruição de mensagens que ligavam os hackers ao Intercept, após as primeiras notícias sobre a invasão do celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
O MPF informou que a denúncia foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República, para eventual pedido para que seja revogada a liminar do Supremo que impede o jornalista de ser investigado.
A defesa do jornalista Greenwald disse, em nota, que recebeu a informação sobre a denúncia "com perplexidade", e que desrespeita a autoridade da medida cautelar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.
