Celso de Mello decide nesta semana se retira sigilo do vídeo de reunião entre Bolsonaro e ministros
O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello informou que vai decidir, ainda esta semana, se mantém ou retira o sigilo do vídeo da reunião que ocorreu no Palácio do Planalto, no dia 22 de abril. A gravação faz parte do inquérito que investiga as declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre uma possível interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
De acordo com Moro, as provas seriam as conversas durante essa reunião com cerca de 40 participantes, incluindo Bolsonaro e ministros de Estado. Há uma semana, o governo entregou o vídeo para a Polícia Federal. Na terça-feira passada, as imagens foram exibidas para representantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria-Geral da República, para os delegados que conduzem a investigação e para Sergio Moro.
O ministro Celso de Mello, que é o relator do inquérito no Supremo, tem trabalhado de casa, em São Paulo, devido às medidas de afastamento social. Por motivo de segurança, a gravação continua em Brasília. Na tarde dessa segunda-feira, a PF levou o pen drive com o vídeo até o gabinete do relator. No começo da noite, o chefe de gabinete e um juiz auxiliar abriram o vídeo em um computador e o ministro acompanhou simultaneamente a transmissão, direto da casa dele.
Também nessa segunda, muita gente relatou dificuldade de acessar o portal do Supremo Tribunal Federal na internet, no começo da tarde. Quem acessava o site via um alerta de que o sistema havia sofrido uma invasão.
A assessoria de comunicação da Corte informou que o sistema de informática do Supremo passou por testes com novas soluções de segurança. E que, em alguns casos, o portal pode ter apresentado falso positivo de invasão, mas foi apenas uma reação do sistema. A assessoria acrescentou que esse teste de segurança é um procedimento de rotina e não teve relação com a exibição do vídeo.