STF conclui julgamento do inquérito das fake news, que é mantido por 10 votos a 1

Mantido por 10 votos a 1

Publicado em 18/06/2020 - 19:04 Por Victor Ribeiro - Brasília

Por 10 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal decidiu, nessa quinta-feira, manter em andamento o inquérito das fake news, que investiga a divulgação de boatos, ofensas e ameaças aos ministros da Corte e aos familiares deles. A maioria dos ministros rejeitou uma ADPF, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, movida pelo partido Rede Sustentabilidade.


O julgamento começou na quarta-feira da semana passada, quando as partes e os especialistas consultados pelo Supremo se manifestaram. O advogado-geral da União, José Levi, e o relator da ADPF da Rede, ministro Edson Fachin, defenderam a constitucionalidade da investigação e a instauração do inquérito, a partir do Regimento Interno do Supremo. Em geral, a discussão tratou sobre liberdade de expressão.


Nessa quarta, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, leu alguns exemplos de mensagens e avaliou que as postagens são criminosas.


Na ação que estava em julgamento, a Rede pedia a suspensão do inquérito das fake news, por considerar que não é papel do Supremo conduzir investigações. O procurador-geral da República, Augusto Aras, reforçou essa tese, ao defender que é do Ministério Público o papel de conduzir a ação penal.


Nessa quinta-feira, ao votar, o ministro Marco Aurélio Mello discordou da maioria dos colegas de Corte. Ele lembrou que, quando um grupo extremista atirou fogos de artifício em direção ao Supremo, o presidente da Corte, Antonio Dias Toffoli, enviou um ofício ao procurador-geral para que o Ministério Público tomasse as providências que entender cabíveis.


Para Marco Aurélio, o Supremo representa um dos Poderes da República e não pode se considerar acima de qualquer outro.


O presidente do Supremo, Antonio Dias Toffoli, foi o último a votar. Diferente do habitual, fez um voto longo. Durante mais de meia hora, Toffoli lembrou que os ataques de grupos conservadores à Corte Suprema foi um dos primeiros atos que levaram à instalação do regime nazista e disse que foi necessário o Supremo reagir institucionalmente. Dias Toffoli afirmou que a Corte aceita críticas, mas não o que considera abusos.


Ainda sobre o inquérito das fake news, o Supremo decidiu, também por maioria, mas no plenário virtual, rejeitar o pedido de habeas corpus para o agora demissionário ministro da Educação, Abraham Weintraub. O autor do habeas corpus foi o ministro da Justiça, André Mendonça, com o objetivo que Weintraub não precisasse depor no inquérito.


Por 9 votos a 1, o Supremo decidiu não analisar o mérito do pedido, por considerar que não cabe habeas corpus contra decisão de ministro da Corte. Foi o relator do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes, quem determinou o interrogatório do ministro da Educação, após a divulgação do vídeo da reunião em que Weintraub xinga os integrantes do Supremo e sugere a prisão deles.

Últimas notícias
Geral

MPRJ cumpre mandados de prisão contra milícia no Rio de Janeiro

Agentes do GAECO, Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro, cumprem 12 mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na Comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, zona oeste da capital.

Baixar arquivo
Geral

IBGE: 27,6% dos lares brasileiros vivem com insegurança alimentar

A proporção de domicílios que enfrentavam o problema de forma moderada ou grave ficou em cerca de 9%, em 2023, segundo dados da PNAD Contínua Segurança Alimentar.

Baixar arquivo
Economia

Juros do empréstimo consignado do INSS caem para 1,68% ao mês

No caso do cartão de crédito consignado e do cartão de benefício, os juros caem para 2,49%. 

Baixar arquivo
Geral

Polícia Federal retoma agendamento de passaporte pela internet

Na semana passada, uma tentativa de invasão hacker fez a PF suspender a marcação online.

Baixar arquivo
Geral

Google não vai permitir anúncios políticos nas eleições de outubro

A medida começa a valer em maio quando entra em vigor uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral .

Baixar arquivo
Geral

Não há provas de que Bolsonaro pediria asilo à Hungria, conclui Moraes

Na avaliação do ministro do STF, o ex-presidente não violou a medida cautelar que o proíbe de se ausentar do país. No entanto, foi mantida a apreensão do passaporte de Bolsonaro. 

Baixar arquivo