Ministério Público pede afastamento do prefeito de Manaus
O Ministério Público do Amazonas pediu o afastamento do prefeito de Manaus, David Almeida, e da secretária de saúde do município, Shádia Fraxe. Eles são suspeitos, ao lado de outras 10 pessoas, de terem participado do esquema dos fura-filas da vacina, contratando pessoas irregularmente e burlando as prioridades estabelecidas na campanha de vacinação contra covid-19 na capital amazonense.
As investigações começaram quando foram noticiadas informações de que vários profissionais que não trabalhavam na linha de frente do combate a covid-19 foram imunizados antes de intensivistas, médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham em UTIs e ambientes de contato direto com os infectados pelo coronavírus.
O MP afirma que duas médicas foram contratadas com salários maiores do que os normais praticados para a função, de maneira irregular pois foram contratadas não para o cargo de "médicas", e sim para o de "gerente de projeto", apenas para receberem as doses do imunizante. Quem explica é a promotora de Justiça Lílian Nara de Almeida.
O Ministério Público também aponta outros oito médicos que teriam sido contratados da mesma maneira, para serem vacinados com antecedência.
Segundo o MP, a fila da vacinação foi burlada num momento em que havia doses para apenas 34% dos trabalhadores e deveriam ser priorizados aqueles que trabalhassem na linha de frente.
Além do afastamento dos gestores públicos, o MP pede o pagamento de multa aos réus, que pode chegar a R$180 mil.
A prefeitura de Manaus respondeu em nota que todos os atos foram realizados de forma correta e sem ilegalidade, e que eventuais desacertos serão esclarecidos na forma da lei e com total transparência. Disse ainda que o prefeito David Almeida instituiu a Comissão de Apuração e Fiscalização do Plano de Imunização da Prefeitura de Manaus, para realizar, entre outros trabalhos, o levantamento de comportamentos inadequados de servidores.





