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Justiça

Protesto de torcedores marca dia de tragédia no Ninho do Urubu, no Rio

Pedido é que Flamengo nunca mais jogue no dia 8 de fevereiro
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Raquel Junia
08/02/2021 - 13:09
Rio de Janeiro

A entrada do Centro de Treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, na zona oeste do Rio, amanheceu nesta segunda-feira com estrelas douradas pintadas no chão. Em número de 10, cada uma delas lembrou os adolescentes que morreram vítimas do incêndio há dois anos.

O protesto-homenagem foi feito pelo coletivo de torcedores Gazela Negra, que levantou também uma faixa com uma reivindicação: que o clube nunca mais jogue no dia 8 de fevereiro, data para lembrar que uma tragédia como essa não pode se repetir.

Os jovens Athila Paixão; Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas; Bernardo Pisetta; Christian Esmério; Gedson Santos; Jorge Eduardo Santos; Pablo Henrique da Silva Matos; Rykelmo de Souza Vianna; Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías, com idades entre 14 e 16 anos, eram das categorias de base do clube e estavam alojados em conteiners, no Centro de Treinamento George Helal.

Eles não conseguiram escapar do fogo que atingiu a estrutura, na noite de 8 de fevereiro de 2019. Outros três adolescentes ficaram feridos no incêndio. Um dos integrantes do Gazela Negra, Rodrigo Baptista, explicou que o grupo reúne torcedores negros de todo o país e que a morte dos adolescentes, a maioria negros, tem que servir de alerta para todos os clubes de futebol.

No ultimo dia 19 de janeiro, a Justiça do Rio recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra 11 acusados da tragédia, entre dirigentes do Flamengo e representantes de empresas que prestaram serviço para o clube. Todos vão responder pelo crime de incêndio culposo qualificado.

A defensoria pública e o MP também tentam na justiça que o clube pague danos morais coletivos e uma pensão mensal de R$10 mil para as famílias dos jogadores. O Flamengo  recorreu.

A defensora Patrícia Cardoso, coordenadora cívil da Defensoria, afirma que falta transparência nesses acordos firmados pelo Clube com as famílias dos jogadores e lamenta a resistência e falta de sensibilidade do Flamengo.

Por meio da assessoria de imprensa, o Flamengo informou que já fechou acordos com quase todas as famílias dos jovens que morreram no incêndio. Uma família e a mãe de um dos adolescentes ainda não aceitaram a indenização proposta. O clube ressaltou que os valores e os termos dos acordos são sigilosos e espera fechar todas as indenizações o mais rápido possível.

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