STF decide que prorrogação de patentes é inconstitucional
Por nove votos a dois, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional um artigo da Lei de Propriedade Industrial que prorrogava o prazo de proteção de produtos patenteados, em caso de demora de análise dos pedidos pelo INPI, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
O Tribunal atendeu a uma ação de 2016 do Ministério Público. Este ano, a Procuradoria-Geral da República reforçou o pedido de suspensão dos prazos para permitir a fabricação de medicamentos genéricos no país.
O relator Dias Toffoli havia votado na quarta-feira contra a prorrogação das patentes, considerando que o prazo extra prejudicaria o direito de escolha da população.
O ministro foi seguido por Nunes Marques e Alexandre de Moraes. Nessa quinta, outros seis ministros acompanharam o relator: Edson Fachin, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Rosa Weber. Ela argumentou que a extensão do prazo desestimula o desenvolvimento científico.
Apenas Luís Roberto Barroso e Luiz Fux defenderam a constitucionalidade da prorrogação dos prazos das patentes. O ministro Barroso ressaltou que o problema está na demora da análise das patentes pelo INPI.
No país, existem hoje 38 mil patentes válidas e mais de 3 mil com prorrogação autorizada. A proteção varia de 15 a 25 anos, de acordo com o produto. Pela regra até então em vigor, caso ocorresse atraso na aprovação da patente, os prazos seriam prorrogados em até 10 anos. 90% dos produtos com patente de longa duração são farmacêuticos.