Nesta terceira e última reportagem da série sobre a tragédia da boate Kiss, vamos falar sobre o julgamento dos quatro réus. O incêndio daquela madrugada de domingo, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas – quase todas jovens.
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Os quatro acusados são os sócios da Kiss, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann; o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha Leão. Eles serão julgados no plenário do Foro Central da capital gaúcha, por um conselho de sentença, formado por sete jurados e presidido pelo juiz de Direito Orlando Faccini Neto, da 1ª Vara de Porto Alegre.
Pela acusação, atuarão os promotores de Justiça David Medina da Silva e Lúcia Helena de Lima Callegari. A promotora fala o que espera do julgamento:
"O meu espírito, enquanto promotora, é que saiam do julgamento presos os quatro. Tenho certeza que as vítimas, familiares e associação de vítimas também quer isso, também quer a justiça para estes quatro. E que a história - e esse é o objetivo desse julgamento - não se repita".
O Tribunal do Júri tem início com o juiz realizando o sorteio dos jurados. O Ministério Público, por meio dos promotores de justiça, responderá pela acusação e os advogados de cada um dos quatro réus farão as suas respectivas defesas.
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A previsão é que o sorteio aconteça pela manhã e na parte da tarde comecem a ser ouvidos, pela ordem: dez vítimas, cinco testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público e outras cinco testemunhas de defesa para cada réu. Em seguida, haverá o interrogatório dos réus, que podem ficar em silêncio, se quiserem.
Encerrada essa etapa, tem início os debates, ocasião em que as defesas apresentarão seus argumentos aos jurados. Depois, os jurados passarão a uma sala privada, onde vão decidir individualmente, em voto secreto. De volta ao plenário, o juiz vai anunciar o resultado e proferir a sentença. A previsão é de que o julgamento dure aproximadamente 15 dias.