A Justiça Federal autorizou o bloqueio e sequestro de R$ 400 milhões de mais de 50 empresas acusadas de envolvimento em esquema criminoso de pirâmide financeira com atuação no mercado de capitais.
A organização criminosa operava por meio de instituições financeiras e agentes sem autorização ou registro no Banco Central nem na Comissão de Valores Mobiliários.
Os criminosos operavam uma distribuidora de títulos e valores mobiliários, captando recursos da ordem de mais de R$1 bilhão, de aproximadamente 7 mil investidores de 17 estados brasileiros e do exterior. Eles faziam uma oferta pública de contratos, envolvendo criptomoedas, com promessas de remunerações fixas e variáveis, mas sem qualquer controle, registro ou autorização dos órgãos competentes.
Para combater todo esse esquema, a Polícia Federal saiu às ruas nesta terça-feira em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e 11 medidas cautelares, incluindo monitoramento com tornozeleira eletrônica contra 12 pessoas físicas, além das pessoas jurídicas envolvidas. Ao todo, os bens bloqueados somam: 473 imóveis, 10 embarcações, 1 aeronave, 40 veículos de luxo, 111 contas bancárias, além de 3 fundos de investimento. Ninguém foi preso.
Segundo a PF, o esquema criminoso começou há três anos, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Em seguida, a organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro, oferta irregular de valores mobiliários e assessoria de investimento, se expandiu para Curitiba, no Paraná, até alcançar a capital paulista.
Os recursos captados dos investidores eram transferidos para diversas empresas, esvaziando o patrimônio da instituição financeira clandestina. As investigações da PF também identificaram investimentos com possível origem no tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro nacional e outras fraudes empresariais.