O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti ao Supremo Tribunal Federal pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça.
De acordo com a PGR, Zambelli foi autora intelectual da invasão e procurou o hacker para executar o crime e emitir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na denúncia, o procurador pede que os acusados passem a responder a processo criminal por falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático. Outra alegação é de que a deputada Zambelli fez pagamentos ao hacker por meio de uma empresa que prestou serviços ao PL nas eleições.
A denúncia foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes. Caberá a ele levar o processo para julgamento na Primeira Turma da Corte, que vai decidir se os acusados vão virar réus. A data do julgamento ainda não foi marcada.
A defesa de Carla Zambelli declarou que recebeu a denúncia com “surpresa” e que não há provas de que a parlamentar tenha incentivado o ataque hacker.
Já a defesa de Delgatti afirmou que a apresentação da denúncia revela que o hacker disse a verdade.
Em julho do ano passado, Walter Delgatti afirmou à Polícia Federal que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e inserir documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, com um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A invasão ocorreu em janeiro de 2023.
No depoimento à PF, Delgatti disse ainda ter agido a pedido da parlamentar com o intuito de desacreditar o Poder Judiciário.