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Justiça

STF mantém prisão de cinco suspeitos de envolvimento na Abin Paralela

A organização criminosa divulgava notícias falsas
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Gésio Passos - repórter da Rádio Nacional
12/07/2024 - 20:28
Brasília
Brasília - 22.05.2023 - Foto da Fachada do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil/Arquivo
© Antônio Cruz/ Agência Brasil/Arquivo

Após audiências de custódia realizadas nesta sexta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal manteve as prisões preventivas dos cinco suspeitos de envolvimento com espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro. A justificativa ainda não foi divulgada.

Na quinta-feira (11), a Polícia Federal prendeu, por decisão do STF, Mateus Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet, policial federal que atuava na Abin; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar e também ex-servidor da Abin.

Segundo investigações da Polícia Federal, uma estrutura ilegal foi criada no governo Bolsonaro dentro da Agência Brasileira de Inteligência para espionagem de pessoas e de autoridades.

O objetivo da organização criminosa seria atrapalhar investigações relacionadas a família Bolsonaro, colocar em dúvida o processo eleitoral e disseminação de notícias falsas.

Foram monitorados os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux; políticos como Arthur Lira, Rodrigo Maia, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues; o ex-governador de São Paulo, João Dória; jornalistas e servidores do Ibama e da Receita Federal.

A Polícia Federal encontrou um áudio de um diálogo entre Bolsonaro e o ex-diretor da Abin, hoje deputado federal, Alexandre Ramagem, que comprova que o ex-presidente buscava interferir na investigação da PF sobre um esquema de rachadinha de seu filho o senador Flávio Bolsonaro.

A investigação também indica que os envolvidos nesse caso tinham ainda relação com a tentativa de golpe de estado em janeiro de 2023.

O monitoramento ilegal era feito através de um sistema comprado pela Abin, durante o governo Bolsonaro, capaz de rastrear informações de celulares.

Flávio Bolsonaro afirmou, nas redes sociais, que o relatório da Polícia Federal está sendo utilizado para prejudicar a campanha de Ramagem à prefeitura do Rio.

Já o deputado Alexandre Ramagem negou, em nota, as acusações do uso ilegal da Abin durante sua gestão. E afirmou que não houve interferência envolvendo o senador Flávio Bolsonaro. Ele também disse que será ouvido pela PF e irá buscar desconstrução de toda e qualquer narrativa.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos presos.

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