O depoimento do ex-policial militar Ronnie Lessa ao Supremo Tribunal Federal (STF) entra, nesta sexta-feira (30), no quarto dia. Réu confesso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ele está sendo ouvido virtualmente, já que permanece no presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A série de depoimentos faz parte da ação penal aberta pelo STF para apurar se os irmãos Brazão e outros acusados atuaram como mandantes do crime.
Nessa quinta-feira (29), terceiro dia da oitiva, Lessa afirmou que não teve a intenção de matar Anderson Gomes, assassinado pelo acusado junto com Marielle, em março de 2018, no Rio de Janeiro. Mas que ele acabou sendo atingido devido à potência da arma usada, uma submetralhadora HK. O ex-policial acabou repetindo informações, como a de que o crime foi cometido pela ganância de receber dois terrenos avaliados em R$ 25 milhões. De acordo com as investigações, o pistoleiro recebeu a arma de Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão.
No processo, são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão; o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro; o ex-chefe da Polícia Civil fluminense, Rivaldo Barbosa; e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa, e estão presos.