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Justiça

Viva Maria comemora a vitória da justiça no caso Marielle

Programa lembra que a luta continua, para julgar os mandantes do crime
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Mara Régia – apresentadora do Viva Maria
01/11/2024 - 08:58
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 31/10/2024 - Tribunal do Júri do Rio condena Ronnie e Élcio por assassinar Marielle e Anderson. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados nessa quinta-feira (31) pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias. Élcio, a 59 anos, 8 meses e 10 dias. Eles também terão que  pagar uma pensão ao filho do motorista Anderson Gomes até que ele complete 24 anos, além de R$ 706 mil de indenização por dano moral para os familiares das vítimas. 

O veredicto vem depois de 6 anos, 7 meses e 17 dias dos assassinatos, cometidos em março de 2018. Para comentar essa vitória da Justiça, o Viva Maria conversa com Lúcia Xavier, ativista dos direitos humanos, fundadora da ONG Criola e uma das principais intelectuais do movimento de mulheres negras brasileiras.

“É o dia de comemorarmos a vitória sobre a injustiça. Em que pese que não era isso que queríamos. Queríamos ter Marielle conosco. É um momento da vida muito especial, onde os conflitos, as instituições, os processos vencidos das últimas eleições poderiam ter trazido para ela novas esperanças, né? Esse também é momento de agradecimento a tantas mulheres, a tantas pessoas que não desistiram de encontrar a justiça. Não é a justiça que queríamos, mas com certeza foi a justiça que conseguimos. E certamente a Marielle compreende os limites que essa justiça ofereceu”, afirma Lúcia. 

A ativista salienta que a sociedade civil vai continuar mobilizada no caso Marielle, para que os mandantes do crime também sejam condenados. 

“Vamos seguir em vigília para que nada se modifique amanhã. Porque é necessário mesmo que eles recorram, mesmo que apresentem outras alternativas, que a gente consiga fazer valer essa sentença. Porque a condenação é resultado da possibilidade de obtermos sucesso em outras situações de justiça. Porque esse processo ainda não acabou. Faltam os mandantes. Isso é um passo decisivo para que os mandantes também sejam julgados. Então, de alguma forma, nós ainda temos uma tarefa grande. Eu acho que hoje vai ser comemoração, alegria, flores, abraços, mas também vigília.”
 

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