PF apresenta amanhã relatório sobre fuga de presos em Mossoró (RN)
O relatório final da Polícia Federal sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, será apresentado nesta sexta-feira (14). Segundo o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, a fuga foi causada por falhas na estrutura do presídio, tecnologia ultrapassada e erros nos procedimentos de segurança.
Até agora, não há provas de envolvimento de servidores ou colaboradores na ação dos detentos. A investigação interna levou à assinatura de 17 termos de ajuste de conduta, à abertura de três processos disciplinares contra funcionários e à suspensão de quatro chefes de plantão que estavam de serviço no dia da fuga.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o muro de reforço da penitenciária ainda não foi concluído:
“O cumprimento da legislação de licitação em nosso país exige uma série de etapas, essas etapas são demoradas, e, como nós lidamos com dinheiro público, nós somos extremamente cuidadosos nesses processos licitatórios. Atualmente, o canteiro de obras está em funcionamento, com a previsão de conclusão entre 12 e 18 meses, a um custo de R$ 28,6 milhões”.
Segundo o governo, as obras começaram no mês passado. Foram investidos ainda R$ 1 milhão na reforma da unidade, reforço da iluminação, instalação de grades e melhorias nas celas.
“Essa penitenciária passou a contar com 194 câmeras digitais de alta qualidade, comparadas estas com as 75 câmeras digitais e 26 analógicas que existiam antes. Agora, são todas digitais”, destacou Lewandowski.
Além disso, R$ 530 mil foram utilizados para a compra de 730 equipamentos eletrônicos, como TVs, porteiros eletrônicos, um drone e câmeras. Também foram adquiridas catracas com reconhecimento facial e escâneres de raio-X para reforçar a segurança.
O secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, detalhou o reforço nas equipes das cinco penitenciárias federais de segurança máxima do país:
“Também fizemos um reforço de quantitativo de servidores, especialmente de policiais penais federais. Nós fizemos um redimensionamento de efetivo para todas as cinco unidades, aproveitando a nomeação de novos policiais penais, e, a partir daí, fizemos um processo de remoção e de equiparação de efetivos, deixando todas as unidades com a quantidade semelhante de efetivo policial penal e também das outras carreiras de técnicos e especialistas”.
O governo também comprou viaturas semiblindadas para escolta de presos, ao custo de R$ 3,9 milhões, e atualizou os planos de segurança das unidades para evitar novas fugas.
O caso aconteceu em fevereiro do ano passado, quando presos alargaram uma luminária com ferramentas improvisadas e escaparam. Eles foram recapturados 50 dias depois, no Pará.
