O Ministério Público do Estado do Rio coletou nesta segunda-feira amostras de água da Cedae para análise. A coleta foi feita durante vistoria do órgão à Estação de Tratamento do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
De acordo com o MPRJ, a visita foi feita para verificar as condições dos equipamentos e qualidade do tratamento da água, que vem chegando modificada às torneiras dos moradores do Rio. Há mais de uma semana, moradores de vários bairros da cidade observam mudanças na água, que tem apresentado coloração, cheiro e gosto diferenciados.
A Cedae vem explicando que se trata da presença maior de uma substância orgânica chamada geosmina produzida por algas. De acordo com a companhia, o composto não oferece riscos à saúde e se trata de um fenômeno natural e raro de aumento de algas em mananciais em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico.
Ainda não há a confirmação de que problemas gastrointestinais relatados pela população tenham relação com o consumo da água distribuída pela Cedae. A companhia informou que vai começar na próxima semana a utilizar carvão ativado pulverizado no tratamento da água para reter a substância geosmina.
Segundo a Cedae, a encomenda do produto foi feita na ultima sexta-feira. Durante a vistoria, a água foi coletada nas diferentes fases do processo de tratamento. A expectativa é de que os resultados sejam conhecido em 15 dias. O Ministério Público afirma que nesse prazo, também indicará as possíveis medidas técnicas de correção e notificação dos responsáveis legais pelas eventuais irregularidades detectadas.
Também nesta segunda (13), o órgão expediu uma recomendação à Cedae para que dê ampla transparência e publicidade aos laudos de potabilidade da água distribuída à população, em especial, os produzidos a partir do dia 1º de janeiro de 2020.
Além de representantes do MPRJ, também participaram da vistoria equipes do Instituto Estado do Ambiente (Inea), da Secretaria estadual do Ambiente, da vigilância sanitária do estado e do município do Rio, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), do laboratório privado Cafiquímica, e representantes do Comitê do Guandu e do Comitê de Bacias Hidrográficas.