Sementes vindas por correspondência tinham ácaros, fungos e bactérias
Um ácaro vivo, três fungos diferentes, duas bactérias e quatro possíveis plantas que podem se tornar pragas no Brasil. Isso tudo foi encontrado em análises que o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia fez nas sementes misteriosas que chegaram ao nosso país pelos Correios desde agosto.
No entanto, podem existir ainda mais microorganismos. É que até o momento, foram avaliadas somente 39 amostras dos mais de 258 pacotes que o Ministério da Agricultura já recebeu de 24 estados e do Distrito Federal. Os primeiros dados sobre os estudos no Brasil foram divulgados nesta terça-feira pelo ministério.
Mais uma vez o governo pediu para ninguém abrir, muito menos plantar essas sementes. O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, fez o alerta.
O resultado final sobre quais ácaros, fungos e bactérias estão presentes nas sementes vai demorar um tempinho a ser conhecido. É porque muitos deles vão precisar ser cultivados para serem identificados. O diretor do Departamento de Serviços Técnicos do Ministério, José Luís Vargas, fez uma estimativa de tempo.
Existem indícios que o envio dessas sementes seja uma estratégia de sites de vendas. Eles despachariam as sementes não solicitadas para registrar compras e notas falsas, e assim melhorar a pontuação. Mas nada está concluído, como garante o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério, Carlos Goulart.
Na Central dos Correios de Curitiba, ocorre uma triagem para que encomendas internacionais pequenas de itens indesejados não sejam distribuídas pelo país. Como é o caso das sementes. Só no primeiro semestre, chegaram quase 37 mil pacotes sendo que 26 mil foram destruídos por terem origem desconhecida.