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Meio Ambiente

Mais de 20 milhões de pessoas convivem com poluição de queimadas

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Tatiana Alves - Repórter Rádio Nacional
06/08/2023 - 09:23
Rio de Janeiro

Mais de 20 milhões de habitantes da Amazônia Legal e do Centro-Oeste do Brasil convivem por mais de seis meses ao ano com poluição do ar constante gerada por queimadas na Floresta Amazônica.

O levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade do Estado do Mato Grosso com dados de satélite analisados entre 2010 e 2019. Os resultados estão publicados na revista “Cadernos de Saúde Pública”. A professora da UNEMAT e uma das autoras do artigo, Eliane Ignotti, enumera alguns dos efeitos da poluição para a saúde. 

Os incêndios, segundo observação dos cientistas, geram partículas poluentes chamadas de material particulado fino. No Norte e Centro-Oeste estima-se que em épocas mais secas essa concentração chegue até a 1000 microgramas por metro cúbico. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o máximo aceitável desse material no ar é de 15 microgramas por metro cúbico. Acima disso, há risco para a saúde humana. A epidemiologista Eliane Ignotti argumenta que não existem níveis toleráveis de poluição atmosférica. 

Para efeitos de comparação, algumas áreas da região metropolitana da cidade de São Paulo convivem com níveis altos de poluição por até 80% dos dias do ano. Já a área estudada, que compreende as regiões Norte e Centro-Oeste, mais o estado do Maranhão, conviveu quase inteiramente com níveis preocupantes de poluição por, pelo menos, metade do ano durante uma década. A área equivale a 68% do território brasileiro e conta com mais de 40 milhões de habitantes no total. 

Para os cientistas, a poluição na área monitorada piorou nos últimos cinco anos com a redução de políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente. Os municípios mais impactados estão na região conhecida como arco do desmatamento, que envolve Acre, Rondônia, sul do Amazonas e do Pará e norte do Mato Grosso. 

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