Débora Ávila conta como é estar na linha de fogo no Pantanal
O Pantanal está em chamas. As queimadas deste ano podem ser as piores da história. A principal causa é a ação humana. Mas, pelas mesmas mãos que causam o fogo, ele é extinto.
Em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que concentra cerca de 70% dos focos, a brigadista do Prevfogo do Ibama, Débora Ávila, tem o papel de combate às chamas.
“A gente caminha muito, três, quatro, cinco quilômetros, dependendo da linha de fogo, carregando ferramenta. Cada um pega um pouco e vamos embora pra linha de fogo”.
A brigadista Débora Ávila nasceu e mora em Corumbá. Ela é a única mulher num grupo de 45 combatentes na brigada da cidade. E se diz orgulhosa do trabalho.
“Pouquinho de emoção, apagando o fogo... é gratificante você estar podendo fazer o bem. Orgulho de ser mulher estar ali com eles. Gosto do que estou fazendo, estou representando a mulher brasileira ali com força e garra”.
A brigadista Débora Ávila entrou no Prevfogo depois da morte do filho de 5 meses, em 2020. O bebê faleceu em decorrência de complicações respiratórias causadas pela fumaça dos incêndios no Pantanal.
Ela conta dos perigos que já passou no combate às chamas.
“A gente tava combatendo de frente e o vento mudou de direção. Veio pra nós. E eu pensei que era o fim. Mas aí Deus enviou uns anjos, brigadistas, que ajudaram a gente. Queimamos sobrancelha, pontas do cabelo...”.
Apenas, neste ano, já são mais de 3,7 mil focos de fogo e 700 mil hectares destruídos no Pantanal.
O ano de 2024 pode ser o pior da história.