O bioma Caatinga foi o centro das discussões, nesta sexta-feira (2), na terceira plenária do Plano Clima Participativo do Governo Federal, realizada em Teresina, capital do Piauí.
A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, que conta com representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.
O governo federal escolheu os biomas brasileiros para promover as discussões sobre emergência climática, que prevê oito encontros presenciais. Cada reunião terá um bioma como tema central, mas norteado sempre por dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.
O principal intuito é engajar a sociedade civil no envio de propostas, tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração da estratégia que vai guiar a política climática do país até 2035, como destacou a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
"Nós estamos aqui fazendo um plano com os empresários, com os trabalhadores, com os jovens, com as mulheres, com os pretos, com os indígenas, com todos os setores vulnerabilizados, que precisam de um olhar do que é justiça climática. A justiça climática nada mais é do que olhar para os países vulneráveis, que contribuíram menos para isso, e eles serem respeitados. É olhar para as populações vulnerabilizadas e que elas não pagam o preço de algo que elas nem contribuíram ou nem tem condição de se defender."
Após abertura das discussões do Plano Clima em Brasília, no final de julho, e do primeiro ciclo de debates com o tema Sistema Costeiro-Marinho, em Recife, a capital piauiense focou nas discussões da Caatinga, o único dos biomas exclusivamente brasileiro, que ocupa cerca de 10% do território do país e que já teve 42,6% da área total desmatada.
As próximas plenárias acontecem em Macapá com o tema Amazônia; depois em Imperatriz, no Maranhão, onde o mote será o Cerrado; Campo Grande vem em seguida para debater o bioma Pantanal; e São Paulo a Mata Atlântica; e, por último, Porto Alegre, com o Pampa.
O ciclo de plenárias deve ser encerrado em 15 de agosto.
Desses encontros vão sair propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Lula na COP29, no Azerbaijão, em novembro deste ano, e posteriormente de maneira ainda mais consolidada na COP30, que acontece no Brasil, em Belém, no Pará, em novembro do ano que vem.
Até 26 de agosto, quem quiser cadastrar ideias sobre o Plano Clima, comentar e votar nas contribuições já enviadas por outros participantes deve acessar o site brasilparticipativo.presidencia.gov.br
Na última parcial, divulgada em 1° de agosto, já estavam cadastradas 536 propostas, com quase 8 mil interações e pouco mais de 14.300 votos no processo do Plano Clima no site do Brasil Participativo.