Fruto de palmeiras que crescem na Mata dos Cocais, na área de transição entre a Caatinga, o Cerrado e a Amazônia, o coco de babaçu é considerado um tesouro para as famílias que vivem no Maranhão e outros estados da região. O coco pode ser transformado em óleo, usado na fabricação de cosméticos e sabonetes. Também é possível fabricar bolos, doces e outros alimentos. A casca pode ser usava na fabricação de carvão e a palha das palmeiras pode ser trabalhada em cestos e outros artesanatos
Antônia Vieira vive no povoado de Pedrinhas, numa comunidade quilombola em Itapecuru Mirim, no Maranhão. Junto de outras mulheres, ela trabalha com a produção de sorvetes, biscoitos e pães, a partir do coco de babaçu. Ela conta que antes, apenas com extrativismo, o produto era moeda de troca e sobrevivência. Mas, agora, gera renda para as famílias.
O trabalho das quebradeiras de coco é antigo e passa de geração em geração. O costume era se sentar no chão e usar facões, porretes ou machados, para separar cada parte do coco e retirar a amêndoa. Mas a tarefa não é fácil por que a posição é incomoda e gera lesões e dores nas trabalhadoras. Isso sem falar do risco de cortes e acidentes. Para reduzir o desconforto e melhorar a segurança dessas mulheres, a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, desenvolveu uma máquina para quebrar o coco. A ferramenta é simples, mecanizada e ergométrica. A trabalhadora permanece sentada em uma cadeira adaptada e com o uso de uma alavanca e um pouco de força, consegue quebrar o coco de babaçu. O pesquisador José Mário Frazão trabalhou na criação da ferramenta. Ele conta que a máquina custa pouco mais de R$ 1.000 e o objetivo agora é tornar o produto mais barato e acessível.
Desde criança, a Antônia, que conhecemos no início desta reportagem, via a mãe quebrar o coco de babaçu da forma tradicional, com o uso de machado. Na comunidade onde ela vive, agora existem duas máquinas. Para ela, a nova ferramenta vai ajudar muito as mulheres que tiram o sustento do fruto.
A tecnologia recebeu no ano passado o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Os recursos para o desenvolvimento da ferramenta vieram da Fundação de Amparo e Desenvolvimento Científico do Maranhão e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente, por meio de um projeto feito entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.





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