O ex-ministro da Previdência e do Planejamento, Nelson Machado, negou ter recebido qualquer vantagem ou conhecer alguém que tenha recebido dinheiro para a aprovação de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
Ele foi ouvido como testemunha do lobista Alexandre Paes dos Santos, réu da Operação Zelotes. À época da edição das medidas, Machado era secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Perguntado pelo advogado de Alexandre Paes, Marcelo Leal, se o conteúdo de medidas provisórias é público ou sigiloso, respondeu:
Em audiência nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal se manifestou contra o pedido da defesa de alguns réus para trancar um novo inquérito da Zelotes.
A Polícia Federal instaurou outra investigação que apura suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de quatro ex-ministros em suposta compra de medidas provisórias.
Na mesma audiência, o juiz negou o pedido do advogado da empresária Cristina Mautoni, Roberto Podval, de soltar a empresária ou converter a prisão preventiva em domiciliar.
Cristina, que é esposa do lobista Mauro Marcondes - também preso -, comparece às audiências em uma cadeira de rodas, porque se recupera de uma cirurgia. Segundo o advogado, não há motivos para a prisão. Cristina Mautoni vai fazer uma perícia médica na próxima quinta-feira.
O Instituto Lula já informou, em nota, que não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento dado ao ex-presidente Lula. Ele foi ouvido em janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados.
A Operação Zelotes apura suposta compra de medidas provisórias e suposta fraude em julgamento dos CARF – o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.