O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quinta-feira sigilo em mais uma investigação da Operação Lava Jato. A medida atinge os documentos da chamada Operação Xepa, deflagrada na terça-feira. O sigilo foi colocado porque essa operação tem conexão com outra anterior, que também corre em segredo de Justiça.
A medida do juiz coincide com as críticas recentes do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a decisão de Moro que retirou o sigilo de interceptações telefônicas entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Roussef.
Na quarta-feira, em outra decisão, o juiz Moro colocou em segredo de Justiça uma lista de pagamentos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de um dos executivos da Odebrecht. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido divulgada pela imprensa.
A lista cita políticos da oposição e do governo que teriam recebido repasses da empreiteira. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos pagamentos. A planilha cita políticos que têm foro privilegiado e só podem ser processados pelo STF.
Nesta quinta-feira, dez dos 12 presos na Operação Xepa fizeram exame de corpo de delito no IML de Curitiba. Em seguida, todos retornaram à Superintendência da Polícia Federal, onde permanecem presos.