Temer descarta aprovação de anistia de caixa dois após reunião com Renan e Rodrigo Maia
O presidente Michel Temer e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram acordo para barrar a tramitação de qualquer proposta que vise a anistia de caixa dois.
A declaração conjunta concedida em entrevista coletiva, neste domingo (27), no Palácio do Planalto, reiterou o que o Executivo e Legislativo já vinham falando nos últimos dias.
Temer disse que o comunicado deve desestimular qualquer movimento interno na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal para tramitação de matéria para anistiar crimes eleitorais.
O projeto com medidas anticorrupção seria votado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (24).
Após rumores de que um grupo de líderes partidários estaria elaborando texto alternativo, com previsão de anistia do caixa dois cometido no passado, a votação foi adiada para esta terça-feira (29).
A proposta encaminhada pelo Minsitério Público Federal criminaliza a prática do caixa dois. O projeto pune quem arrecadar, receber, movimentar ou utilizar valores, paralelamente à contabilidade exigida pela legislação eleitoral.
De acordo com Rodrigo Maia, a emenda sobre a anistia não foi apresentada por nenhum parlamentar.
Para Renan Calheiros, o Congresso tem outras prioridades.
Durante a coletiva, o presidente Michel Temer falou pela primeira vez sobre as gravações que teriam sido feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
Ele considerou "gravíssimo" um ministro gravar o presidente da República. Temer afirmou que quer que as gravações sejam divulgadas.
Calero afirma ter sido pressionado por Geddel Vieira Lima, então ministro da Secretaria de Governo, para liberar a obra de um prédio no Centro Histórico de Salvador em benefício próprio.
Quando ainda era titular da pasta, Calero diz ter gravado conversas com Temer e outros ministros, sobre o caso que o levou a pedir demissão.
Segundo Temer, ele apenas arbitrou um conflito.
Sobre o substituto de Geddel, o presidente afirmou que está examinando com cuidado. Temer disse que o próximo ministro da Secretaria de Governo será alguém com lisura e bom diálogo com o Congresso.