História Hoje: Centenário de Miguel Arraes resgata trajetória de luta política
15 de dezembro de 2016 – Centenário de nascimento de Miguel Arraes, um importante político da esquerda brasileira. Iniciou a vida pública em 1947. Eleito deputado estadual, federal e por três vezes governador de Pernambuco, foi deposto pelos militares no primeiro mandato. Em 1965, Arraes se exilou na Argélia.
Apesar de fazer carreira política em Pernambuco, Arraes era cearense e se tornou um mito em praticamente todo o interior pernambucano, considerado um defensor intransigente dos pobres. Antes do golpe enfrentou os usineiros da região, por causa de abusos trabalhistas. Acabou preso pelos militares. Mandado para ilha de Fernando de Noronha, permaneceu lá quase um ano, antes do exílio.
Foi rejeitado na França e também teve uma tentativa frustrada para se exilar no Chile, que também estava vivendo um golpe de estado em 1973. Arraes foi recebido na Argélia, país do Norte da África, de onde voltou ao Brasil, 14 anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia.
Também chamado de “Guerreiro do Povo Brasileiro”, Miguel Arraes teve um retorno triunfal no final do inverno de 1979. Recepcionado por uma multidão pelas principais ruas do Recife, foi carregado nos braços do povo. Três anos mais tarde foi eleito deputado federal pelo PMDB e apoiou o ex-senador Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, na última escolha indireta para presidente da República que marcou o fim da ditadura militar.
Em 1990, saiu do PMDB e filiou-se ao PSB, Partido Socialista Brasileiro. Em 1994, Arraes voltou ao poder pela terceira vez. Mas ao tentar a reeleição para governador de Pernambuco, quatro anos mais tarde, foi derrotado. Só voltou a ocupar um cargo público em 2002, ao se eleger deputado federal por Pernambuco.
Em 13 de agosto de 2005, Miguel Arraes, ainda no exercício do mandato, morreu - aos 88 anos de idade - depois de passar quase dois meses internado.
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