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Comissão de Ética investigará relacionamento de ministros e ex-ministros com JBS

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Graziele Bezerra
03/07/2017 - 15:35
Brasília

Os ministros Gilberto Kassab, das Comunicações, e Marcos Pereira, da Indústria e Comércio, além do vice-presidente Corporativo da Caixa Econômica Federal, Antônio Carlos Ferreira, e os ex-ministros Geddel Vieira Lima, Guido Mantega e Fernando Pimentel terão que prestar esclarecimentos à Comissão de Ética Pública da Presidência.


Eles foram citados em delações premiadas de executivos da JBS. O presidente da comissão, Mauro Menezes, quer saber se eles têm envolvimento com as denúncias feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, além do executivo Ricardo Saud.


“É bem verdade que o fato de autoridades sofrerem acusações graves estarem no exercício dos cargos sobreleva a responsabilidade da comissão e a importância desse processo, mas aqueles que não estão mais nos cargos eventualmente continuam na vida pública, e a sociedade precisa saber se essas pessoas infringiram, ou não, a ética pública”.


Gilberto Kassab é citado nas delações por suposto recebimento de recursos enquanto respondia pelo ministério de Ciência e Tecnologia.


Marcos Pereira também teria se beneficiado de recursos da JBS, num montante de R$ 500 mil, por mês, em troca do favorecimento de financiamentos, com a participação do vice-presidente da Caixa, Antonio Carlos Ferreira.


Já o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima é apontado por suposto incentivo de pagamento de propina a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, presos na Operação Lava Jato.


O atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, é acusado de receber, quando era ministro do Comércio Exterior, propina para usar em campanha.


O ex-ministro Guido Mantega teria solicitado recursos para distribuir entre vários partidos políticos.


Todos os citados terão dez dias para prestar esclarecimentos, a partir da notificação.


Caso sejam encontradas irregularidades, eles poderão sofrer advertências ou censura ou, ainda, exoneração caso estejam em função pública.


A reportagem não obteve retorno de nenhum deles, até o fechamento desta matéria.

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