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Fraudes em licitações de obras em São Paulo são investigadas pelo Cade

São Paulo
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Eliane Gonçalves
19/12/2017 - 18:40
São Paulo

Nessa terça-feira veio o CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, anunciou que investiga dois cartéis que atuaram nas obras do Rodoanel Mario Covas, rodovia no entorno da região metropolitana de  ão paulo, planejada para evitar o fluxo de caminhões dentro da capital paulista, e no programa de abras viárias feito para evitar congestionamentos na cidade, o Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo.

 


O esquema começou em 2004 e terminou só em 2015.  No começo, envolveu as cinco maiores construtoras do país, a Camargo Correa, Andrade Gutierrez, a Odebrecht, OAS  e a Queiroz Galvão. Mas chegou a 22 empresas a partir de 2011.

 

As obras do Rodonel estavam sob a responsabilidade da DERSA, estatal controlada pelo governo de São Paulo.

 

 

No período, o governo de São Paulo estava nas mãos do PSDB, se revezando entre o atual governador, Geraldo Alckmin, e o atual senador pelo partido José Serra.

 


No caso do programa de obras viárias, também havia participação da prefeitura de São Paulo, à epoca, sob o comando do atual ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab.

 

Na segunda-feira (18), o Cade já tinha anunciado o acordo de leniência firmado com a Camargo Correa.

 


As informações da construtora apontam para um esquema parecido só que mais antigo e que tinha como alvo obras de metrô e de monotrilhos em São Paulo, no Distrito Federal e em outros seis estados.

 


O esquema teria começado há quase 20 anos, em 1998, e durado até 2014.

 


Segundo as informações da Camargo Correia, entre 2004 e 2008, o conluio chegou a ser batizado como G5, justamente por envolver as cinco maiores construtoras, ou também o  “Tatu Tênis Clube”.

 


Foi justamente o nome do grupo, a pista inicial para o acordo leniência com a Camargo Correia.

 


Durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal apreendeu um documento com esse nome com o presidente de Infraestrutura da Odebrecht, Benedito Barbosa.

 

Tatu é uma referência a uma máquina de perfuração de túneis, apelidada de tatuzão e que, na época, só as cinco empreiteiras tinham condições de operar.

 


Para garantir que os editais de licitação tivessem exigências exclusivas, como o uso do tatuzão, as empresas chegavam a elaborar elas próprias os projetos das obras que seriam apresentados pelos governos.

 


Em São Paulo, onde o esquema começou, todos os contratos foram firmados em governos do PSDB, que comanda o estado desde 1995. 

 

 

Os acordos de leniência são uma espécie de delação premiada para empresas.

 

A partir de agora, o Ministério Público Federal de São Paulo fica responsável pelas investigações criminais.

 


Em nota, a Odebrecht afirma que já reconheceu seus erros e que está comprometida a combater a corrupção.

 


A Camargo Correa disse que mantém o compromisso de manter investigações internas e colaborar com as autoridades e que não vai comentar as informações divulgadas pelo Cade em função das cláusulas de confidencialidade do acordo de leniência.

 


A Andrade Gutierrez também afirma em nota que está empenhada em corrigir erros do passado e que também colabora com as investigações com acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal.

 


A OAS e a Construtora Queiroz Galvão afirmaram que não vão se manifestar sobre investigações em andamento.

 


A DERSA informou que tmou conhecimento das denúncias pela imprensa e que, assim como o governo do Estado de São Paulo, é a maior interessada no andamento das investigações e punições de crimes.

 


O Metrô de São Paulo também disse que é o maior interessado na apuração das denúncias de formação de cartel ou de conduta irregular de agentes públicos e que está à disposição das autoridades.

 


A Queiroz Galvão não retornou um posicionamento oficial até o fechamento dessa reportagem.

 

Em nota, a defesa do ministro Gilberto Kassab diz que aguarda com serenidade para demonstrar a legalidade de todos os atos de sua gestão, como tem acontecido em outras situações. 


Em nota, o PSDB diz que é o principal interessado, juntamente com o Governo do Estado de São Paulo, no esclarecimento, em sua totalidade, do esquema delatado de formação de cartel entre empresas do setor de infraestrutura.

 

 

 

 

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