Deputados federais da CPI de Brumadinho e da Comissão Externa de Fiscalização de Barragens foram, nesta segunda-feira (27), ao município de Barão de Cocais.
Os parlamentares sobrevoaram a região e participaram de audiência pública na Câmara de Vereadores local.
Os moradores da região relataram o pânico vivido nos últimos dias e a falta de confiança nas informações fornecidas pela mineradora Vale, responsável pela barragem, segundo os deputados ouvidos pela reportagem.
O coordenador da Comissão Externa de Fiscalização de Barragens, o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), relatou a situação no município. Segundo ele,"a cidade vive uma tensão muito grande".
O relator da CPI de Brumadinho, deputado Rogério Corrêa (PT-MG), destacou que o objetivo da visita é fiscalizar as ações da Vale para minimizar os danos. Segundo o deputado, a cidade está parada.
A Agência Nacional de Mineração alertou que cresceu a movimentação do talude norte, uma espécie de paredão, da mina de Gongo Soco.
A estrutura cedeu 19 centímetros em um único dia nos pontos mais críticos e a velocidade média chegou a 14 centímetros por dia.
A velocidade do deslocamento vem aumentando desde abril, quando o talude começou a se movimentar cerca de 5 centímetros por dia, ritmo que só se acelera desde então.
Segundo a Agência de Mineração, desde 2012, o paredão do talude estava se deslocando 10 centímetros por ano, distância considerada aceitável pelo tamanho da estrutura.
A mineradora Vale iniciou a construção de uma parede para conter os rejeitos da mineração, caso a estrutura rompa. Mas, a obra ainda está em fase inicial e não se sabe se ficará pronta a tempo.