A greve dos policiais militares no Ceará entra no décimo dia sem uma solução. Esse foi o assunto de uma reunião nesta quinta-feira no Ministério da Defesa, em Brasília.
Durante uma hora e meia, o presidente Jair Bolsonaro ouviu dos ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, um relato da situação por lá, como explicou o ministro da Defesa.
“Nós detalhamos o que vimos em conversa com o governador do estado. Tivemos várias reuniões lá e reportamos a ele o que aconteceu lá”.
Lembrando que o governo federal estabeleceu no dia 20 de fevereiro a operação da GLO, que é a Garantia da Lei e da Ordem, no Ceará. Essa GLO vence nesta sexta-feira.
Na reunião em Brasília, o ministro da Defesa disse ainda que o presidente não decidiu sobre uma eventual prorrogação desse prazo, já pedido pelo governador do Ceará, Camilo Santana.
São 3 mil homens das Forças Armadas e Forca Nacional de Segurança Pública que foram para o estado tentar conter a onda de violência que já deixou, pelo menos, 170 pessoas mortas.
Alguns especialistas acreditam que criação de uma comissão estadual com representes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pode contribuir para a solução do impasse. Esse é o caso do sociólogo e coordenador Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará, César Barreira.
“Tem que ter uma ampliação maior dessas comissões. Deveria ser permanente e formada por especialistas na área de violência e segurança pública. Acho que deveríamos ter comissões no Brasil como um todo, para que não se chegasse a esse impasse”.
Os policiais militares cearenses que estão parados ficaram insatisfeitos com a proposta do governo do estado de reajuste salarial. A remuneração inicial passaria de R$ 3,4 mil para R$ 4,5 mil até março de 2022.