Lula afirma que governo federal não irá intervir na segurança do Rio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não decretará GLO, Garantia da Lei e da Ordem, no Rio de Janeiro, e que o papel das Forças Armadas e da Polícia Federal no combate ao crime organizado é de apoio ao governo local, não de substituir o policiamento estadual.
Lula deu a declaração durante café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. Para Lula, a decisão de não intervir na segurança do Rio de Janeiro se deve também pela experiência ocorrida em 2018, quando, segundo ele, se gastou uma fortuna com o Exército e nada foi resolvido.
No início do encontro com a imprensa, Lula, que comemora 78 anos nesta sexta, falou que se recupera bem da cirurgia no quadril, realizada no fim de setembro, e dos compromissos que planeja para o próximo ano.
Lula tem viagem marcada para o fim de novembro quando participa da COP 28, Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, nos Emirados Árabes. Na sequência, ele terá encontro com empresários na Alemanha. Há ainda previsão de agenda na Arábia Saudita, sobre o PAC, antes da Conferência do Clima.
Em vários momentos da conversa com jornalistas, que durou mais de 1 hora, Lula falou do conflito entre Israel e Hamas. Ele destacou que já conversou com os presidentes de Israel, da autoridade Palestina, do Irã, Turquia, Egito, Emirados Árabes, França, do conselho Europeu e com o emir do Catar. E que deseja falar com os presidentes da China, Xi Jinping, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Para Lula, o diálogo pode ser um caminho para a paz no Oriente Médio, e o Brasil quer ajudar nessa mediação. Além disso, há preocupação com os brasileiros nas áreas de conflito.
O presidente Lula ainda criticou a rejeição à proposta brasileira sobre o conflito no Conselho de Segurança da ONU e defendeu o fim do direito ao veto no organismo.
A diplomacia brasileira articula uma quinta proposta de resolução sobre a guerra no Oriente Médio para ser analisada no Conselho de Segurança da ONU, contemplando as contribuições dos países membros.