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Política

UnB concede diploma post mortem a Honestino Guimarães

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Gésio Passos - Repórter da Rádio Nacional
26/07/2024 - 23:16
Brasília
Brasília (DF) - 10/10/2023- 50 anos do desaparecimento e morte de Honestino Guimarães.
Foto: Acervo Familia/Honestino Guimarães
© Acervo Familia/Honestino Guimarães

Foi dado nesta sexta-feira um passo importante para a memória e reparação à família de uma das vítimas dos atos de violência cometidos pela ditadura militar.

Em uma emocionante sessão, a Universidade de Brasília (UnB) concedeu o diploma de geólogo, pós-morte, a Honestino Guimarães.

Familiares e amigos do ex-aluno, além de autoridades acadêmicas, estiveram na solenidade em Brasília. Emocionada, a reitora da UnB, Márcia Abraão, concedeu o diploma a Honestino.

Guimarães foi expulso da Universidade de Brasília em 1968, antes de concluir a graduação, por sua militância em oposição à ditadura. Ele era um importante líder estudantil e participava ativamente na luta contra a repressão.

No mesmo ano, os militares invadiram a UnB e Honestino foi preso e torturado, junto com outros estudantes e professores. Em 1970 teve sua única filha, Júlia Guimarães.

Em 1971, foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Aos 26 anos, em 1973, no Rio de Janeiro, foi preso após anos na clandestinidade. A partir daí, se tornou um desaparecido político.

O ex-reitor da UnB, José Geraldo de Souza, lembrou da importância do papel da universidade pela reparação histórica com a diplomação Honestino Guimarães.

O primo de Honestino, Sebastião Lopes Neto, lembrou que, até hoje, o Estado brasileiro deve informações sobre as vítimas da ditadura.

Em 1996, o governo federal reconheceu a responsabilidade pelo desaparecimento de Honestino Guimarães e a família recebeu um atestado de óbito, sem mencionar a causa da morte.

Em 2014, Honestino Guimarães foi oficialmente anistiado político pelo governo federal e teve o atestado retificado com a causa morte: “atos de violência praticados pelo Estado”.

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